Quem viveu
a década de 1990 do seu início ao fim se lembra muito bem da proliferação das
lojas de R$ 1,99. Repletas de bugigangas interessantes e utilidades domésticas
de todo o tipo vindas da China, a proliferação destas lojas de norte ao sul do
Brasil foram reflexo dos anos de estabilidade da moeda que se viu nos anos
iniciais do Plano Real, especialmente entre 1994 a 1997.
Qualquer
item dentro destas lojas custava exatamente R$ 1,99. Até a “presidenta” Dilma
Rousseff foi proprietária de uma destas lojas com um nome ridículo de “Pão e
Circo” foi à falência.
O ramo de
importação estava em franco crescimento. Depois de uma década inteira de
demanda reprimida (anos 80), fazia todo sentido que o mercado nacional tivesse
predileção aos produtos importados que eram mais baratos e melhores.
Este mesmo
mercado já tinha o costume de trazer coisas do Paraguai. Eu não fazia idéia na
época, mas na primeira e única vez que estive em Ponta Porã, por volta
de 1992-93, tinha visto lá uma amostra do que iria acontecer no Brasil em breve. Uma coisa que
lembro nitidamente eram os vendedores de cortadores de unha e cadeados de ferro
que, aliás, não eram de boa qualidade, mas competiam no preço. Mas a China não
fabricaria apenas estes itens durante muito tempo.
Basicamente
naquela mesma época, os chineses estavam no início de se tornar “fabricantes do
mundo e de tudo”. Nike, Adidas, Reebok e todas as grandes marcas de qualquer
coisa que você pode imaginar, desde eletrônicos a vestuário, estavam
transferindo suas plantas de fabricação para aquele país.
Os tempos
de hoje são outros e a China já não é o lugar mais barato para se fabricar
artigos. O país vem perdendo competitividade para outras nações da Ásia,
menores mas com relações diplomáticas mais interessantes aos EUA e à Europa.
Me parece
que os chineses agora tem buscado obter lucro não apenas na fabricação e transporte, mas também no restante da cadeia produtiva, ou seja, o comercio local dos países importadores de seus produtos. Por qualquer
lugar que você ande nas ruas da capital e das principais cidades do interior do
estado de São Paulo, estão se tornando cada vez mais freqüentes o número de
estabelecimentos cujos proprietários são chineses.
Estas
pessoas não reconhecem o descanso dos sábados e domingos ou até mesmo uma
jornada de trabalho de 8 horas de duração: estas “regalias” não existem na
China, portanto, não devem ser aplicadas aos “trabalhadores” que os
proprietários destas lojas trazem consigo para o Brasil. É raro ver nestas
lojas mais do que um funcionário que seja brasileiro e, na maioria das vezes,
trabalha como um interprete daqueles que não tem a mínima condição de falar uma
única frase em português que seja diferente de “compra, compra, é bom, é
barato”.
Posso até
estar errado em afirmar isto, mas não creio que estes imigrantes tenham vindo
por admiração à nossa cultura ou porque o nosso país é mais interessante que o
deles É estratégia de dominação mesmo, com objetivo de falir os comerciantes
locais e dominar total e exclusivamente o comércio local.
Esta
postagem não tem nenhum intuito de incentivar a xenofobia ou atos de
discriminação contra imigrantes. Meses atrás vi um vídeo de um policial militar
interrogar dois haitianos que trabalhavam como frentistas num posto de
gasolina. Perguntou se vieram pra cá trabalhar mesmo ou se era algum tipo de
invasão. Ao meu ver, assim como os haitianos, só um ignorante não enxerga que
há algo por trás destas recentes ondas imigratórias.