Não se trata de um golpe propriamente da marca Herbalife, mas de pessoas que revendem estes produtos. Basicamente funciona assim: o vendedor de Herbalife põe anúncio de emprego e chama o candidato a uma entrevista. O vendedor age rápido: ele liga ao candidato logo cedo, às 9h e pergunta se ele estaria disponível a uma entrevista no mesmo dia, às 12h. Ainda no telefone, o vendedor descreve rapidamente a vaga, dentro do perfil que ele identificou ser de interesse do candidato. Como o candidato está desempregado, atende prontamente a solicitação, pede endereço e se compromete a comparecer, praticamente correndo para se vestir e ir até ao local. Portanto, sobrou pouquíssimo tempo para investigar sobre a empresa.
No caso acima, a oportunidade seria para trabalhar como gestor de uma equipe de uma empresa no ramo automobilístico. Uma vez no local, o “recrutador” questiona sobre a família, amigos, entre outros. De início quase nem parece uma entrevista, mas quase uma conversa informal. Aqui o “recrutador” tem o interesse em fazer o candidato se sentir confortável e mensurar a rede de contatos dele.
Após cerca de uma hora, o “recrutador” informa que o candidato não tem perfil para a vaga que ele está oferecendo ali. De maneira estranha ao costume da maioria das empresas, o feedback é dado na hora. Na verdade, o “recrutador” nem possui uma vaga a oferecer. Ele chamou o candidato ali para ser seu parceiro revendedor de Herbalife.
Logo após dar o feedback o vendedor diz algo assim: “você não tem o perfil da vaga, mas considero-o mais que adequado a uma outra coisa que tenho certeza que você achará melhor”. Assim, ele discursa por mais outra hora, até abrir o jogo.
Estranhei o lugar em que estava. Cheguei vestido de terno e gravata numa pequena revendedora de autopeças e o lugar era totalmente suspeito. Toda a “entrevista” se deu dentro de um depósito de coisas velhas. Atrás do vendedor havia uma estante com um monitor de PC antigo, peças de carro e o lugar era escuro. Na cena duas coisas se destacavam: duas caixas com um símbolo verde, com três folhas de planta. Era o logotipo da Herbalife. Enquanto o falso recrutador enrolava o meu amigo na conversa, uma hora ele o confrontou e disse: “você está me propondo o negócio do Herbalife?”
Surpreso, o vendedor confirmou sua real intenção. Meu amigo, que nem é consumidor desse tipo de produto, pensou em se ver livre logo daquele lugar e bolou uma estratégia: como vendedor de Herbalife não pode vender para cliente de outro vendedor, meu amigo disse que já conhecia a marca e era comprador da irmã, fato este inverídico.
Imobilizado, o próprio vendedor terminou a conversa instantaneamente.
No caso do meu amigo, voltou para casa desapontado, se sentindo um lixo, um misto de desânimo e alegria: o primeiro por não ter ido a uma entrevista de emprego de verdade e o segundo por pelo menos não ter saído de casa para cair num golpe. Cogitou chamar a polícia e fazer um pequeno escândalo. Mas como sabia no seu íntimo que nada aconteceria, resolveu esquecer o assunto.
O marido da minha prima também já passou por um caso idêntico. Como se não bastasse a pessoa estar desempregada e, portanto, numa situação de extrema aflição, é horrível constatar que há pessoas de extremo mal caráter ao ponto de tentar um golpe sobre uma pessoa que está à beira de um desespero.
Amigos: esquivem-se de promessas fáceis. Deus ajuda àquele convicto ao trabalho árduo. Agradeça pelo cansaço que sente no dia a dia, pois ter um emprego é uma benção. Muitos ainda estão para ser abençoados e correm risco de cair numa larápia dessas. Se acha absurdo o que eu digo, deem uma boa olhada nesta página, cujo depoimento me comoveu muito:
http://herbalifenao.blogspot.com.br/2008/01/minha-histria-minha-histria-comeou.html
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