terça-feira, 28 de outubro de 2014

O que perdemos?

Silentes desde a promulgação da lei que proíbe as máscaras nas manifestações, boa parte dos “adeptos da tática black bloc” engajaram-se num outro tipo de campanha que assumiu contornos quase totalmente discretos.




 A campanha da qual trata o parágrafo acima foi em defesa do Voto Nulo. Por anos circulou nas mentes de várias pessoas a ideia de que, se a maioria decidir votar nulo, a eleição é cancelada, e outra sera' refeita em seguida.

Embora este artigo não se trata de esclarecer que as eleições não têm como ser canceladas por forca da maioria que votou nulo (há outros artigos na internet, recomendo a leitura), me parece que a motivação de grupos anarquistas por tras deste tipo de campanha era, na verdade, outra.

Apoiando-se na premissa de que todos os eleitos são “opressores” e de que jamais irão se opor “contra o sistema”, votar nulo tornou-se uma ferramenta silenciosa do cidadão simplesmente sabotar as eleições.

Funciona assim: o estado precisa da minha colaboração (voto) para eleger pessoas que não me representarão no futuro. Portanto, não votarei em ninguém.




Outros militantes mais radicais resolveram queimar seus títulos de eleitor e postaram as imagens no Facebook, a fim de estimular outros que repetissem o gesto.

Mas vamos raciocinar um pouco sobre esta questão. No pleito do ultimo domingo, cerca de 20% do eleitorado não compareceu ‘as eleições. Outros 5% representam um total entre os que votaram em branco ou nulo. Ha' aqui um total de 25% que esquivou-se em decidir entre Aecio ou Dilma.

Evidentemente, a campanha pelo Voto Nulo que observei no centro de São Paulo não surtiu efeitos em outras regiões do pais, onde certamente houveram pessoas que votaram nulo ou absteram-se do pleito por outros motivos. Mas, estas eleições não foram ganhas pela Dilma Rousseff com grande margem de vitória. 

Portanto, qualquer público que tomasse a vergonha na cara e finalmente escolhesse um candidato que mais se assemelha com seus valores e intenções particulares já seria de enorme contribuição.

Por exemplo, eu particularmente não reconheço o Aécio Neves como um sujeito que me representa. No entanto, votei nele, pois, se não o fizesse, estaria ajudando a Dilma Rousseff que, muito antes de ser presidente da república, prefere ser reconhecida como agente cubana ‘a serviço do Foro de São Paulo.


Me parece que as pessoas confundiram esta questão. Votar em Aécio não significa deixar de ser de esquerda, mas reconhecer a total ilegitimidade do pleito que se realiza com uma candidata que remeteu dinheiro para países no exterior de maneira ilegal e criminosa, além de usar os Correios como sendo seu próprio serviço de motoboy.

Pior: agora com a Dilma Rousseff é certo que os militares vão reagir e, cedo ou tarde, vai ter outra ditadura de 21 anos pela frente.


Portanto, independente dos valores da turma que defendeu o voto nulo no centro de São Paulo nos últimos meses, independentemente de ser “contra o sistema”, esta turma acabou colaborando com o "sistema" do qual sao criticos. Aliás, acabaram ajudando a construção de um sistema que sera' muito pior que o atual.




O que perdemos no último domingo foi o último suspiro de liberdade numa democracia em estágio avançado de deterioração. A reeleição de Dilma Rousseff não oferece espaço para retorno. Não importa quantos doleiros, petroleiros e mensaleiros a imprensa venha a publicitar, os criminosos serão, um a um, perdoados por um STF conivente com o PT.




PS: O Exército brasileiro vai receber nos próximos anos mais de 200 mil fuzis da Imbel. Isto num momento em que o Movimento Viva Brasil denunciou que o governo sinaliza desejo de recolher todas as armas registradas legalmente. Portanto, o estado que a Dilma governara será um estado totalmente armado, enquanto que o cidadão ficara ‘a mercê de um autoritarismo iminente.

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