domingo, 23 de março de 2014

Marcha da Famíla com Deus e pela Liberdade II

A segunda versão da Marcha da Família com Deus e pela Liberdade reuniu entre 700 e 1.000 pessoas na praça da república, no centro de São Paulo. Um trio-elétrico estava posicionado em frente ao edifício da Secretaria Estadual de Educação, sobre o qual várias pessoas discursavam, junto a uma faixa que continha a frase: "FFAA já!".

Um homem levava uma imagem de Nossa Senhora de Fátima com uma inscrição: "Nossa Senhora de Fátima, livrai-nos do comunismo". Mesmo depois de horas, ele não deu mostras de cansaço físico por estar segurando a imagem.

Havia uma pluralidade muito ampla de pessoas: maçons, padres católicos, militares, policiais militares reformados. Havia ainda um grupo de pessoas em torno de varias bandeirolas na cor azul, das quais tive a impressão de serem de algum grupo integralista. No meio da multidão, uma mulher vestida com um paletó militar, dirige-se a mim e a outros dois colegas de imprensa. Segundo ela, ela teria trabalhado para Ernesto Geisel na época em que ele foi presidente da república. Começou a falar e falar, até que, num determinado momento, um colega meu a interrome e diz: "filha, de que teatro você veio?". Era uma farsante!

Segundo documentos disponibilizados por um dos organizadores do protesto, a polícia havia sido alertada com antecedência e um grande número de efetivo da polícia militar esteve lá para garantir a segurança. Houve receio de que a Marcha da Família chegasse a cruzar com a Marcha Antifascista, mas isto não aconteceu.


Confusão na marcha da família 

Durante um dos discursos, uma confusão se instaura em frente ao trio elétrico. O homem é encaminhado para dentro da secretaria de educação, onde policiais militares também estavam sediados. Mais tarde, ele é retirado de lá e escoltado por PMs para fora da manifestação. O homem ainda reclamou ter sofrido censura por parte da direita que ali estava se manifestando. Segundo testemunhas, ele gritava "viva o PT". Confira o vídeo:







Militante anticomunista defende uso da tortura estatal 

Durante a Marcha da Família com Deus e pela Liberdade, militante anticomunista defende uso da tortura "pelo bem da sociedade". Do seu ponto de vista, a tortura se justificou, lembrando-se do caso do sequestro do embaixador dos EUA, Charles Burke Elbrick.






Manifestantes gritam 'direita, unida, jamais será vencida' 

Confira uma das palavras de ordem proferidas pelos manifestantes da Marcha da Família com Deus e pela Liberdade, em 22/03/2014, no centro de SP.



Dois gays foram expulsos da marcha da família 

Dois homossexuais estavam se manifestando no centro de SP com cartazes em tom de deboche e contra a realização da Marcha da Família com Deus e pela Liberdade. Um homem tentou arrancar os cartaz de um deles, que acabou sendo rasgado. Outro, deu um chute na bunda e mandou ir à Cuba. Um dos manifestantes então voltaram suas atenções à Marcha, acusando os dois manifestantes de chamar a atenção para si e desvirtuar o sentido da mesma.



Na frente da Catedral, manifestantes gritam 'Deus, Pátria, Família' ao som do hino nacional 

A Marcha da Família com Deus e pela Liberdade durou cerca de 4 horas. Ao final dela, os manifestantes foram na frente da Catedral da Sé e começaram a proferir palavras de ordem. Confira neste vídeo qual foi uma delas.



Manifestantes gritam 'viva a PM' 

A Marcha da Família com Deus e pela Liberdade durou cerca de 4 horas. Ao final dela, os manifestantes foram na frente da Catedral da Sé e começaram a proferir palavras de ordem. Confira neste vídeo qual foi uma delas.



Pai e filho: 'fora comunismo, o Brasil é país cristão' 
Um manifestante pai de família estava carregando um cartaz em uma das mãos e conduzindo o filho pela praça da Sé com a outra. Enquanto fazia isso, começou a gritar "fora comunismo", "o Brasil é um país cristão", entre outras palavras de ordem.



Meninas anarquistas perseguidas por manifestantes da marcha 

Duas meninas, visivelmente anarquistas, estavam andando pela praça da Sé, onde aglomerou-se os manifestantes da Marcha da Família com Deus e pela Liberdade. Em dado momento, começaram a ser perseguidas por alguns dos manifestantes. Não se sabe se elas fizeram algo. A perseguição terminou numa farmácia nos arredores da praça. Ambas foram detidas pela Polícia Militar e mais nada sabe-se sobre seu paradeiro.
Homem detido durante marcha da família 
Não se sabe o motivo pelo qual foi detido, mas estava com o rosto ensanguentado ao ser levado para a viatura.
Violência
Além dos casos aqui mencionados, houveram outros de violência na manifestação.O primeiro, foi o caso de um sujeito ostentando uma faixa preta. Ninguém entendeu o que estava escrito. Mais tarde, e ao descarregar as imagens no meu PC, pude notar a frase "esta imagem está invertida". Não entendi o objetivo.



Depois de muito refletir, cheguei a uma conclusão: "Invertido" era a expressão usada pela psicologia no início do século passado para se referir às pessoas homossexuais (tal fulano é INVERTIDO). Não sei se era esse o objetivo da mensagem, mas como chamaram o cara de viado na hora, então imagino que seja. O sujeito basicamente foi impedido de ficar na marcha, cercado por uma multidão que ficava gritando "viado", "comunista".

O outro caso, igualmente absurdo, foi a dos fãs do Metallica que começaram a ser hostilizados na altura da estação de metrô Anhangabaú (linha 1 - azul). Aparentemente, eles haviam sido confundidos com black blocs. Largados à própria sorte, os roqueiros tiveram que se defender sozinhos, aos berros. 

Em ambos os casos, a PM não interviu. O clássico site Whiplash escreveu sobre o assunto.

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