A segunda versão da Marcha da Família com Deus e pela Liberdade reuniu entre 700 e 1.000 pessoas na praça da república, no centro de São Paulo. Um trio-elétrico estava posicionado em frente ao edifício da Secretaria Estadual de Educação, sobre o qual várias pessoas discursavam, junto a uma faixa que continha a frase: "FFAA já!".
Um homem levava uma imagem de Nossa Senhora de Fátima com uma inscrição: "Nossa Senhora de Fátima, livrai-nos do comunismo". Mesmo depois de horas, ele não deu mostras de cansaço físico por estar segurando a imagem.
Havia uma pluralidade muito ampla de pessoas: maçons, padres católicos, militares, policiais militares reformados. Havia ainda um grupo de pessoas em torno de varias bandeirolas na cor azul, das quais tive a impressão de serem de algum grupo integralista. No meio da multidão, uma mulher vestida com um paletó militar, dirige-se a mim e a outros dois colegas de imprensa. Segundo ela, ela teria trabalhado para Ernesto Geisel na época em que ele foi presidente da república. Começou a falar e falar, até que, num determinado momento, um colega meu a interrome e diz: "filha, de que teatro você veio?". Era uma farsante!
Segundo documentos disponibilizados por um dos organizadores do protesto, a polícia havia sido alertada com antecedência e um grande número de efetivo da polícia militar esteve lá para garantir a segurança. Houve receio de que a Marcha da Família chegasse a cruzar com a Marcha Antifascista, mas isto não aconteceu.
Confusão na marcha da família
Durante um dos discursos, uma confusão se instaura em frente ao trio elétrico. O homem é encaminhado para dentro da secretaria de educação, onde policiais militares também estavam sediados. Mais tarde, ele é retirado de lá e escoltado por PMs para fora da manifestação. O homem ainda reclamou ter sofrido censura por parte da direita que ali estava se manifestando. Segundo testemunhas, ele gritava "viva o PT". Confira o vídeo:
Militante anticomunista defende uso da tortura estatal
Durante a Marcha da Família com Deus e pela Liberdade, militante anticomunista defende uso da tortura "pelo bem da sociedade". Do seu ponto de vista, a tortura se justificou, lembrando-se do caso do sequestro do embaixador dos EUA, Charles Burke Elbrick.
Depois de muito refletir, cheguei a uma conclusão: "Invertido" era a expressão usada pela psicologia no início do século passado para se referir às pessoas homossexuais (tal fulano é INVERTIDO). Não sei se era esse o objetivo da mensagem, mas como chamaram o cara de viado na hora, então imagino que seja. O sujeito basicamente foi impedido de ficar na marcha, cercado por uma multidão que ficava gritando "viado", "comunista".
O outro caso, igualmente absurdo, foi a dos fãs do Metallica que começaram a ser hostilizados na altura da estação de metrô Anhangabaú (linha 1 - azul). Aparentemente, eles haviam sido confundidos com black blocs. Largados à própria sorte, os roqueiros tiveram que se defender sozinhos, aos berros.
Em ambos os casos, a PM não interviu. O clássico site Whiplash escreveu sobre o assunto.
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