quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Mercado competitivo?

Printscreen feito no website da Catho em 14/07/2015


A imagem acima não representa nenhuma exceção. Cobram-se de um candidato para nível assistente as qualidades de um diretor de empresa. Das duas possibilidades, só uma pode ser verídica: ou o anuncio da vaga é falso, ou – no caso de ser verdadeira – o sujeito que a criou não tem a mínima noção do que escreveu.

Comecemos pela definição de alguém que é do nível de assistente. É um executor e não um planejador. É uma posição entry-level, de alguém que procura ganhar experiência.

A elaboração de planos estratégicos não cabe a um executor. Menos ainda a implementação de atividades e coordenação de sua execução, tal como o autor do texto do anuncio descreveu. 

O autor ainda dá exemplos de ser um burro quando ainda elenca atribuições que nem cabe ao profissional da área de marketing: “gerenciar recursos humanos, administrar recursos materiais e financeiros e promover as condições de segurança”. 

O que o anunciante da vaga procura é um gerente. Mas colocar isto no titulo da vaga vai atrair pessoas que vão exigir uma remuneração bem maior que o limite de R$ 2.000,00 proposto no anuncio. Solução? Muda-se o titulo do cargo, mas mantém-se as atribuições. 

“Oportunidades” deste tipo não valem a pena para ninguém. Primeiro porque você já sabe de antemão que vai trabalhar para uma criatura confusa. Pode até ser um pré julgamento injusto da minha parte – até porque é difícil elaborar uma conclusão mais acurada tendo por base uma única prova. Mas convenhamos que o sujeito escolhido para esta oportunidade vai ser um gerente desta empresa e vão escrever em sua carteira de trabalho que ele trabalhou ali como assistente.

Ora, se o anunciante já dá mostras de ser um elemento miserável e mesquinho, que mais precisamos para pelo menos supor que haverá um longo caminho entre a contratação e a primeira promoção deste profissional? Quantos de nos não entramos numa empresa e ouvimos promessas e promessas, entregamos os resultados, nunca deixamos a “peteca cair”, somos os “pau pra toda obra” e o proprietário da empresa simplesmente vai empurrando sua promoção e reconhecimento com a barriga, como se você não tivesse dado nada em troca?! 

Até que um dia você se cansa e cai fora daquela porcaria. E quando isto acontecer, ninguém acreditaria que você foi um gerente, pois sua carteira de trabalho e o salário que concordou em receber não serão condizentes com teu discurso. E não importa o seu discurso de ter sacrificado feriados e horário noturno trabalhando em casa, pois a primeira impressão você já deu foi a de ser um mentiroso. 

Não era o que você queria, mas...

A bem da verdade, o empresariado brasileiro não tem culpa de tudo. A situação que se passa hoje no Brasil é de "infernal pra baixo". O governo quer tudo, tanto do trabalhador quanto do empregador. Empurra seus cidadãos a situações impossíveis. O autor deste anúncio - se ele for mesmo verídico - tem seus motivos para ser mesquinho e miserável, haja vista que se sua empresa falir, ele sozinho vai passar os próximos 15 anos tentando fechar a empresa na papelada. E isto estamos falando somente dos impostos, há de se considerar também o que "sobrar" em termos de oneração trabalhista. Enfim, o Brasil já não é mais um país, está mais para um cu.

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