quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Um milhão pela educação

Na terça-feira, 15 de outubro, foi dia de mais um ato em prol de melhorias na educação de qualidade no Brasil. O ato iniciou-se às 18h no Largo da Batata, ao lado do metrô Faria Lima (Linha 4-Amarela) e saiu caminhando por esta avenida. Basicamente, a marcha era composta por dois blocos distintos: os black blocs e os movimentos sociais a favor dos professores, incluindo partidos como PSOL. Quando chegaram no cruzamento com a Av. Rebouças, as pessoas viraram de repente em direção à marginal pinheiros. A impressão que tive é que o pessoal dos partidos políticos queriam despistar os do black bloc, que iam na frente.

Mais adiante na av. Rebouças, uma concessionária de veículos teve os vidros da fachada quebrados. Houve uma confusão perto de um shopping, uma discussão entre um black bloc e um membro do PSOL. Não sei o que discutiram entre si, mas um black bloc jogou um saco de lixo na cabeça do cara do PSOL e a briga foi apartada pelo Vitor Araújo. Mais adiante, um policial que estava passando ao meu lado me perguntou se eu sabia para onde todos estavam indo (como se eu soubesse!).

Quando a marcha já estava na Marginal Pinheiros, houve confronto entre adeptos do Black Bloc e Polícia, instaurando-se assim, uma confusão generalizada. O que eu vi, basicamente, foram os black blocs iniciando o confronto, mas também achei que a polícia reagiu de maneira excessiva. As cenas mostram um grupo de 5 pessoas iniciando a confusão e a manifestação tinha cerca de 2500 pessoas foi proibida de prosseguir. Mister salientar que um dos temas da marcha, além da educação, era contra o Geraldo Alckmin.

A polícia fechou o cerco e começou a atirar granadas e bombas de gás lacrimogênio. Houve também fogos de artifício lançados pelos manifestantes. Eu não tinha a menor intenção de me misturar, mas quando ví os policiais vindo pelo posto de gasolina, espancando as pessoas sem motivo, não quis ficar por ali. Inclusive, um fotógrafo Yan Boechat, teve a sua câmera fotográfica destruída por um polícial militar, na maior sacanagem (leia o relato completo aqui: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-liberdade-de-imprensa-segundo-13-policiais-o-relato-de-um-fotografo-espancado/).

As pessoas começaram a se sufocar, eu mesmo que estava com máscara de gás não aguentei por muito tempo, de tão espessa que era a fumaça. Todos se aglomeraram contra o muro de uma loja de móveis, a Tok & Stok. De repente, a grade cedeu, uma passagem se abriu e as pessoas, desesperadas, começaram a ir por esta passagem, tentando alcançar o estacionamento e o interior da loja, onde o ar era ainda "respirável".

Uma vez lá dentro, duas coisas me impressionou: em total solidariedade às pessoas que estavam manifestando, os funcionários começaram a distribuir água e indicar o caminho de saída. A outra coisa que me impressionou foi o total desprezo da polícia militar pelo valor da vida humana e à propriedade que insistiam em invadir. Eles começaram a jogar gás lacrimogênio na entrada do estabelecimento, as pessoas que já havia se acalmado começaram a se desesperar e a situação só não fugiu do controle quando o gerente da loja saiu pro lado de fora e proibiu os policiais de entrarem!

Enquanto isso, as pessoas foram saindo com calma e conforme as orientações dos funcionários, pro outro lado. A polícia finalmente invadiu a loja para perseguir os manifestantes e saciar a sanha de jogar bombas para todos os lados. De fato, e pela primeira vez, acabei sendo ferido, uma granada havia sido jogada bem na minha frente. Quando explodiu, um pedaço de plástico preto me espetou na perna esquerda, ficou encravado na carne da coxa e doeu também na hora de tirar. Só mais tarde, quando cheguei em casa é que me dei conta da gravidade da situação pela qual havia passado, um ferimento horrendo na perna havia ficado, conforme na foto ao lado.

Cerca de 70 pessoas haviam sido presas. O que posso dizer sobre isso, é que as pessoas que a polícia prendeu não tinham nada a ver com vandalismo (tal como a grande mídia golpista tentou manipulativamente noticiar). As pessoas que eles prenderam eram gente de partido político, estudante universitário. Assista aos vídeos, tire suas conclusões, não deixe a Globo te pegar...



Segunda parte do ato em defesa de melhorias na educação paulista. Iniciou-se às 18h no Largo da Batata, ao lado do metrô Faria Lima (Linha 4-Amarela). Quando a marcha já estava na Marginal Pinheiros, houve confronto entre adeptos do Black Bloc e Polícia, instaurando-se assim, uma confusão generalizada.


Enquanto a PM estava fazendo as prisões ao lado da Tok&Stok, os adeptos do black bloc já haviam corrido pela avenida Vital Brasil, em direção ao metrô Butantã. A polícia demorou cerca de 10 minutos para ir até esse local. Ao longo do caminho, as pessoas do black bloc fizeram barricadas com lixo, orelhões quebrados e todo o tipo de objetos que encontravam pelo caminho. Uma vez na estação de metrô, um ônibus e outros três veículos de manutenção da concessionária Via Quatro haviam sido quebrados. Houve pichações também, tais como "Fogo na PM", "Fora Porcos", entre outras. A tropa de choque da PM ficou de prontidão no local, mas depois foi desmobilizada. Enquanto isso, várias pessoas começaram a xingar os policiais, indicando, portanto, que os manifestantes não haviam ido embora.

Além do caso do Yan Boechat, o qual considero um total absurdo, o cúmulo da censura à imprensa, o GAPP também fez um relato bastante dramático. Eles estavam atendendo um morador de rua ferido quando foram presos pela polícia. Uma vez detidos, perguntaram o motivo: averiguação - ou seja, presos sem cometer crime... coisas de Brasil.

  

  

  

   

 


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