segunda-feira, 9 de novembro de 2015

E multiplicam-se os brechós

Quase que desaparecidos durante o curto período de crescimento econômico que houve até 2013, os brechós começam a voltar gradativamente e com grande força nos bairros do centro de São Paulo. Não é difícil de entender o motivo, já que seu surgimento é justificado pela situação de merda na qual se encontra a economia brasileira, cujo fator principal de sua recessão se deve à crise política por culpa de uma ditadora comunista que já tomou este país de assalto.

Com o aumento da pobreza e do desemprego, existe uma demanda deste tipo de comércio de coisas usadas por parte de criaturas desesperadas que precisam se desfazer das suas coisas rapidamente em troca de dinheiro. É curioso como se mantém este tipo de empreendimento, haja vista que a revenda dos artigos usados é feita geralmente por preços muito baixos, portanto, tem-se aqui uma idéia de que são adquiridos por valores mediocres.

A bem da verdade, o brechó quase nunca desapareceu da sociedade, porque o brasileiro nunca deixou de ser pobre: quando a economia está boa, o brechó joga fora as roupas e vira loja de antiguidades a preços caríssimos. Se a economia piora, vende todos os rádios, TV e video-games antigos e volta a vender roupas. A maleabilidade deste tipo de empreendimento é o que permite atraír todo o tipo de cliente. Por outro lado, convenhamos, há de se considerar o interesse do dono do imóvel, pois muitos desses estabelecimentos não foram feitos para lucrar, mas para não dar a impressão de que o imóvel está abandonado e vê-lo ser invadido por militantes do MTST e se ver numa situação em que é forçado a gastar dinheiro na justiça para retomar a posse do imóvel.

Eu particularmente não tenho interesse em roupas, mas estou sempre de olho em artigos eletrônicos antigos, ou algum tipo de raridade ou coisa curiosa. Para quem gosta de aparelhos eletrônicos antigos ou consertar coisas, saber onde tem bazar, brechó, verro-velho e loja de antiguidades é um must.

Este tipo de cultura não é exclusiva no Brasil. Nos EUA, coisas velhas, incuindo roupas, são vendidas em feiras em todos os lugares. O chamado "mercado secundário" é bem popular por lá, apesar do americano não ser pobre, mas porque enxergam o objeto antigo como uma espécie de investimento. Por exemplo, um album de figurinhas que não vale muito hoje, mas daqui 30 anos pode valer uma pequena fortuna. Programas de TV como o Caçadores de Relíquias e Pawn Stars são apenas um exemplo do que existe por lá. O comércio de usados, antigos ou descartados é com frequencia alimentado por empresas que restauram. Esta me parece ser a principal diferença entre aqui e lá.

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