domingo, 1 de junho de 2014

Agent provocateur: como destruir um sistema de pessoas por dentro

Em 2007, no Canadá, "manifestantes" detidos estavam
coincidentemente usando as mesmas botas que os
policiais: agent provocateur desmascarados


Quando autoridades e elites são desafiadas por movimentos sociais, estes dispõem de uma ampla variedade de “ferramentas” para combater opositores. Lembre-se: quando as pessoas não fazem ideia de que estão sendo escravizadas, atacadas ou controladas, elas estão longe de mostrar resistência e de se defenderem do governo.

É tamanha desinformação da população sobre a atuação da polícia que esta instituição pode admitir, na maior cara de pau e em frente às câmeras da imprensa, possuir policiais infiltrados nas manifestações sem causar grande incômodo ou alarde. Urge, portanto, a necessidade de explicar melhor do que se tratam estes policiais infiltrados, uns chamam de P2, mas há também os Agent Provocateur.

São duas vias de combate: a via legal e a via de dissimulação de desinformação e infiltração.

A via legal trata-se exclusivamente do P2, que faz parte do serviço de inteligência da polícia. Sua função é tão somente levantar as informações para prestar suporte ao comando nas suas ações táticas e de operação. Mas o P2 também pode ser empregado também na investigação interna da corporação, quando policiais estão envolvidos em atividades criminosas. Portanto, a função do P2 é levantar a descoberta de fatos para reforçar o inquérito policial.

Já a via de dissimulação de desinformação e infiltração é baseada na atuação dos agent provocateur, os quais não necessariamente são policiais, mas podem ser pessoas atuando no interesse de partidos ou agentes do governo. O interesse do governo aqui é neutralizar a organização, além de balizar o direcionamento deste grupo rumo à sua aniquilação. Tais grupos são aqueles responsáveis por greves, manifestações, protestos, ou toda sorte de movimentação social considerada ameaçadora pelo governo.

Historicamente, os agent provocateur foram criados por comunistas como forma de identificar militantes monarquistas russos engajados na formação de uma resistência contra a revolução. Porém, mais tarde a mesma tática não apenas foi empregada em épocas diferentes em outros países no ocidente, mas tem sido também feita aqui no Brasil.

Por exemplo, um determinado protesto pode terminar com violência caso o tema da manifestação seja considerado perigoso e ameaçador para os interesses do estado.

No dia 28/08/13, durante uma manifestação contra os embargos infringentes e em defesa do voto impresso, um agent provocateurtinha acionado duas bombas e as jogou no meio das pessoas que estavam se manifestando em São Paulo. Ninguém saiu ferido e as pessoas consideraram aquilo estranho. Quando os manifestantes cercaram o sujeito, que estava mascarado de Guy Fawkes, a polícia militar rapidamente o cercou para defendê-lo e o levou embora dali, sem informar pra qual delegacia. Esta estranha movimentação da PM apenas acentuou as suspeitas de que o sujeito se tratava de um policial, pois eles costumam permitir que a detenção dos indivíduos seja acompanhada pelos demais manifestantes.




No dia 19/10/13, tanto a polícia militar como a Rede Globo manobraram seus veículos no intuito de deixa-los estacionados no meio dos manifestantes que estavam protestando contra o Instituto Royal. Em dado momento, um militante anarquista tenta dissuadir os demais em praticar vandalismo, tendo ele afirmado na hora ter visto pessoas, provavelmente da polícia, iniciar as depredações e motivar os demais a fazê-lo. Estas cenas pode ser vistas aos 3m14s do vídeo abaixo:





No dia 25/01/14, um agent provocateurfoi flagrado espancando a imprensa. Ele estava se passando por manifestante, deu golpes contra uma jornalista e um cinegrafista da equipe do SBT. Logo em seguida, este correu para dentro da “panela de Hamburgo”. Portanto, era um policial com objetivo de criar factoide para a mídia falar que foi agredida por manifestantes.




Nessa mesma data, a PM fez imagens de pessoas invadindo um banco e destruindo caixas eletrônicos. A proximidade do policial com os manifestantes revela que este provavelmente estava caracterizado de preto, tal como fazem os adeptos da tática black bloc e bem demonstra a facilidade que tem a corporação em infiltrar policiais. As imagens podem ser conferidas a partir dos 20 segundos no link abaixo (repare como o PM que apresenta o programa fica repetindo que “as imagens são exclusivas da polícia militar”):




Além de iniciar agressões, jogar bombas ou incitar outros a iniciar revolta, há de se analisar se as atividades dos agent provocateur tem sido orientadas no sentido de roubar pertences de outras pessoas.

Denuncias alarmantes feitas por anarquistas, a partir de relatos obtidos na internet, revelam que pessoas estão sendo roubadas nas ocupações. Se tais ações estão sendo perpetradas pelos agent provocateur, então é nítido que o objetivo deles é o de constranger os interessados em participar das ocupações, além de causar desconforto que seja bastante para que a pessoa/vítima não apenas sinta raiva, mas também saia por aí espalhando que há ladrões nas ocupações. Desta forma, a própria vítima acaba por difundir má reputação sobre a ocupação.









O trabalho de infiltração pode ser demasiadamente demorado ante o interesse urgente do governo em dissimular este grupo. Portanto, o agent provocateur se utiliza de algumas técnicas de descrédito, desinformação e calúnias, no sentido de romper as relações interpessoais que mantém o grupo unido.

Como dissemos anteriormente, o agent provocateur, por vezes, não necessariamente é um policial, mas um funcionário do governo. O governo destina seus agentes à atuação em toda espécie de organização que se rebela contra o governo. Portanto, o objetivo dele é assegurar que o governante se mantenha no “trono”.

Neste sentido, a Marcha da Família, não nos esqueçamos, também foi uma manifestação contra o governo e contou com pessoas infiltrados em nítida ambição de conturbar a manifestação. Duas destas pessoas eram homens que se vestiram como empregadas domésticas e, passando-se por homossexuais, tiraram sarro da marcha e provocaram as pessoas no intuito de ser agredidas e fazer agitação suficiente para que os fatos saíssem nos jornais e denigrisse a manifestação.




O grande “ápice” das operações de infiltração é permitir que os rivais do governo aniquilem-se entre si, sem causar para o governante a necessidade de mobilizar recursos para conter determinada convulsão social. Portanto, é de interesse dos governantes que grupos de oposição, por mais que divergentes que sejam entre si, destruam a si próprios.

Isto posto, a figura conhecida por Isabella Trevisani foi recentemente desmascarada por alunos do filósofo Olavo de Carvalho. Segundo informações, ela estaria trabalhando para o PT, inclusive, chegou a discursar em cima do trio-elétrico durante a Marcha da Família, incitando uma multidão de quase mil pessoas “contra comunistas”.



Esta “moça” fez todo tipo de esforço para se tornar conhecida rápido. Primeiro, entrava nas páginas de eventos de manifestações para literalmente xingar os adeptos do black bloc. Inclusive, se não foi ela quem cunhou o termo “black bostas”, esta certamente tratou da difusão. Em seguida, fundou um canal no Youtube e chegou a arrancar elogios da direita. Segundo informações, ela levantou suspeitas depois de “exigir” que Olavo de Carvalho apoiasse mais rigorosamente a Marcha da Família.


Vídeo feito pela Isabella Trevisani em 2011 em apoio ao Lula: coisa estranhapara quem se posiciona como "direita conservadora"


Este breve-dossiê resume um pouco a cara de pau da agent provocateur Isabella Trevisani:
http://issuu.com/alexbrummachado/docs/o_amor_incondicional_de__isabella_t

Portanto, pelo menos desde 2011 ela nutria simpatias pela figura do Lula e já estava envolvida na política. Trevisani é também presidente do “Juventude Progressista” entidade esta do Partido Progressista. Lembremos aqui que recentemente o Paulo Maluf declarou apoio ao Padilha, a mesma figura canalha que mandou militantes petistas sair espancando manifestantes na noite do dia 27/09/2013. Cabe frisar, naquela noite a Polícia Militar defendeu o PT e também saiu agredindo os poucos manifestantes que restavam e insistiam em protestavam contra os embargos infringentes do caso do mensalão.

Portanto, é certo que o governo está infiltrando agent provocateur, tanto em círculos onde a esquerda convencional não controla (anarquistas) como também nas organizações sobre as quais não possui influência (grupos de direita).

Hoje, olhando para trás, considero uma benção divina que a Marcha da Família e a Marcha Antifascista não tenham se encontrado no dia 22/03/2014, porque se tivesse, mais que evidentemente haveria confronto entre os grupos: jogar povo contra povo é coisa inteiramente dentro do interesse do governo.

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