quarta-feira, 25 de junho de 2014

Em matéria de hoje, ‘Estadão’ mentiu sobre manifestação do dia 23J

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No dia 23 de junho de 2014, estavam presentes vários coletivos, entre eles o Contra a Copa, Se Não Tiver Direitos Não Vai Ter Copa, Território Livre, Comitê Estadual de Luta Contra a Repressão, Coletivo Autonomo dos Trabalhadores Sociais – CATSO. O único partido presente foi o PCB. O único sujeito que vi ser black bloc (vestido de preto e com rosto coberto) estava jogando bola. Tudo isto pode ser conferido nas fotografias e panfletos abaixo (exceto a foto do moleque jogando bola, que não tirei, só vi).

 

 

 


Apesar da abundância de informações por todas as partes, o jornal O Estado de S. Paulo em sua edição nº 44080 do dia 25 de junho de 2014, página A15, em uma matéria assinada pelos jornalistas Luciano Bottini Filho e Rafael Italiani preferiram ignorar os fatos e jogaram sobre o Movimento Passe Livre a responsabilidade pela organização da manifestação. O título da matéria é “Governo Alckmin endurece contra MPL”. De maneira estranha, não encontrei o artigo na internet, razão pela qual tive que scanear a página inteira acima.

Com toda evidência, o artigo possui dois propósitos: o primeiro é enaltecer a figura do Alckmin. O segundo trata de desinformar a população sobre o que aconteceu de fato, tal como segue nos trechos:

“Harano é acusado de ser o líder dos manifestantes. Ele foi abordado na estação Consolação, quando, de acordo com a polícia, praticava atos de vandalismo, com máscaras de gás, coquetel molotov e capacete”

Nem vou me dar o trabalho de colocar aqui as imagens de Harano. O próprio parágrafo traz a contradição: como é possível usar máscara de gás e capacete ao mesmo tempo? O capacete que ele estava usando era de motocicleta. A intenção do jornal é fazer de Harano o bode expiatório. Falar que ele estava “liderando a manifestação” é acusa-lo de ser líder dos black blocs. 

“No momento da prisão de Lusvarghi, um policial do Deic teria sido atacado por 20 ativistas. Foi dele um tiro disparado paro alto [os jornalistas analfabetos não sabem nem escrever “PARA O ALTO”]. A polícia, no entanto, entende que foi legítima defesa”

Veja que neste trecho eles são o menos específico possível. Inclusive, pela maneira que escreveram, levantam para o leitor a hipótese de que os tiros foram disparados pelo Lusvarghi. NÃO! Os tiros foram disparados pelo policial civil. E eles não foram “cercados por manifestantes”, pelo menos a maioria, senão a totalidade das pessoas ali presentes eram profissionais da imprensa que correram para registrar a prisão.

E não nos esqueçamos do que se trata o black bloc: uma tática, a pessoa se veste completamente de preto e dificulta sua identificação. Ambos os presos estavam com o rosto descoberto. O editorial Estadão está querendo impingir na população a ideia de que, qualquer um que seja preso, ainda que esteja vestido de padre, pode ser chamado de black bloc. O interesse aqui é criminalizar as manifestações, jogar a culpa em qualquer um. Isto não é jornalismo, é matéria comprada!


Na verdade, Alckmin está acuado

As manifestações dos dias 19/06 e do dia 23/06 são de suma importância para esclarecer o que está acontecendo dentro do restrito círculo político em São Paulo, no tocante nas relações entre governo e agentes da lei. O fato da PM ter feito acordo com MPL, por exemplo, revela uma cisão entre comando da PM e governo Alckmin. Daí o motivo do secretário de segurança pública ter condenado o acordo.

Como o governo Alckmin não dispõe mais da polícia militar como “cães de guarda” dos seus interesses exclusivos, mandaram a polícia civil fazer as prisões. Até então ninguém havia sido preso em flagrante, mas as provas forjadas garantiu esta satisfação ao Alckmin. De fato, a PM nem comentou as prisões feitas no dia 23, porque não foram eles quem as fizeram. Outra coisa que reforça esta conjuntura é o fato da PM não comentar suas ações nas manifestações em sua página no facebook. Entre lá agora e veja que há postagens sobre todos os tipos de ações: traficantes presos, drogas apreendidas, et cetera. Mas não há uma ÚNICA publicação comentando sobre as manifestações, o que indica que o assunto é tabu dentro da corporação.

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