sábado, 14 de junho de 2014

Constituição de 1988 é jogada no lixo na Copa de SANGUE....



Já pela transmissão ao vivo foi possível verificar que o número de manifestantes não foi tão grande quanto o contingente que compareceu em todas as manifestações Contra a Copa anteriores neste ano. Isto não significa uma má notícia, haja vista que provavelmente outras centenas se dirigiram ao local da estação Carrão em São Paulo, e certamente foram impedidas pela polícia e exército.

Porém, por mais que houvesse uma única pessoa apenas, é certo que de qualquer forma ela iria apanhar e ser presa.

É o velho caso do "pega a mão, mas quer o braço": primeiro reclamam que as manifestações não são pacíficas. Ainda que elas fossem, reclamariam que atrapalha o trânsito. E mesmo que estas ocorressem na calçada, iriam dizer que as manifestações atrapalham o percurso de quem deseja transitar na calçada. E, mesmo que os manifestantes se esforçassem para ficar espremidos contra a parede, iriam reclamar do barulho.

Quem não quer que os protestos ocorram busca toda sorte de argumentos imbecis. A trágica morte do cinegrafista Santiago da TV Band, em janeiro deste ano, foi diversas vezes usada pela grande imprensa como o argumento final contra os black blocs (leia-se: manifestações em geral). Aliás, a grande imprensa conseguiu, com relativa facilidade, fazer com que as palavras "black blocs" e "manifestações" tivessem literalmente o mesmo significado. Eles, são os senhores das palavras. Quem domina a escrita, domina a mente das pessoas. 

Mas, até que ponto este domínio se expande? Ontem, ao passar pela portaria do prédio, um porteiro me aborda e me chama para um papo. Este senhor, nordestino de mais de 60 anos, ganha 1,5 salário mínimo e tem que sustentar ainda sua família, incluindo netos. Ele diz ser totalmente favorável que as manifestações ocorram. Apenas lamenta que os metroviários fizeram greve antes da hora, dando tempo "pros caras" [o governo] reagir.

Pouco importa se os jogos já começaram. Esta, provavelmente, é o primeiro caso em que os jogos estão ocorrendo, mas a copa não. 

Eu sempre gostei de copa do mundo e de futebol. No entanto, proibo-me de qualquer sentimento de felicidade com relação às (provavelmente arranjadas) vitórias da seleção brasileira. Esta é a copa do desânimo, da desmotivação e do desinteresse. Esta é a copa da censura de jornalistas, fotógrafos, cinegrafistas, tanto estrangeiros quanto brasileiros, agredidos pelo interesse dos que vão demorar meses para fechar o balancete dos esquemas de superfaturamento das obras com o tanto que roubaram. Esta é a copa da ilegalidade e do crime de estado, cujos agentes são treinados a primar pela obediência das ordens do que da lei e da ordem constitucional que se pretendeu estabelecer em 1988. Esta é a copa de sangue das pessoas que estão pagando o preço por este estado de recessão econômica não declarada, inflacionamento de preços por causa da copa, pela degeneração da economia por meio da sucessiva elevação de impostos. É a copa da ignorância e do dessaber, com escolas sucateadas e professores mal pagos. Em suma, é a copa da morte.

Não nos esqueçamos, há ainda outras oportunidades pela frente. Além da copa ainda não ter terminado, estamos em ano de eleições.



* * * * * * *
RECADOS
* * * * * * *


Prezado sr. Lourival Santana, jornalista do Estadão,

Por favor explique para a população por que o PCC não apareceu no metrô Carrão no dia 12, haja vista que foi você quem trouxe esta informação para a população, em caráter de exclusividade. Ou você tinha dito uma mentira?

Nenhum comentário:

Postar um comentário