sábado, 3 de maio de 2014

Quando se trata de dinheiro, a Veja publica qualquer coisa. E também armam arapucas.

Impossível não comentar uma publicidade vinculada na Veja desta semana, a qual, à primeira vista, parece uma propaganda de "apoio" às manifestações.

Corre certa história entre os profissionais de marketing que, com o faturamento de tantas publicidades que vincula, a revista Veja poderia ser ofertada de graça. As propagandas nas partes interiores das capas, bem como na contracapa, são as áreas mais caras justamente porque são as primeiras a serem notadas.

Nisso, ao abrir a revista hoje de manhã, me deparei com uma propaganda bastante curiosa sobre tal website que parecia fazer transmissões das manifestações. A montagem da publicidade é a de um cara que está transmitindo ao vivo uma manifestação. No plano de fundos, uma aparente cena de confusão entre manifestantes e policiais. No aparelho que transmite ao vivo, uma discussão ocorre bastante parecida no formato do Twittcasting. Todas as pessoas que se vê na peça publicitária são jovens.

A propaganda é da BrasilPost, uma empresa da Huffington Post, associada com a Abril (editora dona da Veja), site que sequer conhecia.

Na verdade eles são bastante recentes, só foram lançados em outubro do ano passado.

Busco mais informações sobre isso, a fim de averiguar o que está por trás do BrasilPost, e concluo se tratar de uma ideia bastante perversa. Até agora não sei se eles já transmitiram ao vivo alguma manifestação, mas há alguns artigos no website. O que importa não é o conteúdo do artigo, mas fazer artigos "virais", sensacionalistas o suficiente para que as pessoas se motivem a deixar comentários nas matérias.

É o que está nas entrelinhas dos comentários feitos pelo próprio diretor da redação do Brasil Post, Ricardo Andreráos: “Os comentários são tão ou mais importantes que a matéria”. A mesma ferramenta parece ser uma espécie de instrumento bizarro para recrutamento e seleção de pessoas: “no HuffPo internacional ocorreu de muitos leitores se destacarem nos comentários e serem convidados a virar blogueiros”.

Daí o motivo de fazerem uma peça publicitária envolvendo público jovem e manifestante. Justamente porque esta é a parcela mais crítica da sociedade. A editora Abril espera lucrar com pessoas postando comentários e, de vez em quando, colocar artigos semeando discórdias para acirrar as discussões e envolver mais pessoas.


Portanto, a Editora Abril, no fundo, está cagando e se lixando para as manifestações. A publicidade é falsa. O único interesse deles é o dinheiro que os manifestantes podem proporcionar. E se colocaram a peça publicitária na contracapa, é porque a ideia tem potencial de proporcionar MUITO dinheiro.



Referências

MEIO E MENSAGEM. Huffington local vai se chamar 'Brasil Post'. Ribeiro, I.: 03/10/2013. Disponível em: <http://www.meioemensagem.com.br/home/midia/noticias/2013/10/03/Huffington-local-deve-se-chamar--Brasil-Post->. Acesso em: 03/05/2014.

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